O governo de Javier Milei, na Argentina, está sob forte pressão devido a um escândalo de corrupção que envolve sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência. Recentemente, áudios vazados atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), acusam Karina de cobrar propina de indústrias farmacêuticas para facilitar contratos com o governo, o que poderia render até US$ 800 mil mensais. O esquema, que também envolve Eduardo Menem, subsecretário de gestão institucional, levanta sérias preocupações sobre a integridade do governo Milei.
As denúncias provocaram uma rápida mobilização da Justiça argentina, com buscas e apreensões em empresas ligadas ao caso. O primeiro áudio foi divulgado em 20 de agosto e resultou na demissão de Spagnuolo no dia seguinte. A situação se agrava com a iminência das eleições na província de Buenos Aires, onde reside um terço do eleitorado argentino, além das eleições legislativas que se aproximam. O apoio público de Milei à irmã em meio às acusações sugere uma tentativa de minimizar o impacto político do escândalo.
A crise pode fragilizar ainda mais o governo, que já enfrenta desafios econômicos e resistência crescente no Congresso. O chefe de gabinete de Milei, Guillermo Francos, defendeu o presidente, alegando que as acusações são parte de uma perseguição política. Com a possibilidade de uma CPI para investigar as denúncias contra Karina Milei, o cenário político argentino se torna cada vez mais instável, refletindo um clima tenso a poucos dias das eleições.