Um escândalo de corrupção na Argentina envolve Karina Milei, irmã do presidente Javier Milei, após a divulgação de áudios que a acusam de cobrar propina de indústrias farmacêuticas. O ex-membro do governo, Diego Spagnuolo, afirmou que Karina e Eduardo Menem, subsecretário de gestão institucional, cobravam até 8% do faturamento de empresas para garantir contratos com o governo. O esquema poderia render cerca de US$ 800 mil mensais, com Karina ficando com a maior parte do lucro.
O escândalo mobilizou a Justiça argentina e o Congresso, com Spagnuolo sendo demitido logo após o vazamento dos áudios. A sede da Agência Nacional para a Deficiência (Andis) e a empresa Suizo Argentina foram alvo de buscas. O advogado Gregorio Dalbón apresentou uma queixa na Justiça, enquanto o juiz federal Sebastián Casanello proibiu a saída dos investigados do país como medida cautelar. O governo Milei enfrenta um momento delicado, com eleições se aproximando e uma crescente resistência no Congresso.
A situação se torna ainda mais crítica para o governo a duas semanas das eleições na província de Buenos Aires, onde reside um terço do eleitorado argentino. O chefe de gabinete de Milei sugeriu que as acusações são uma perseguição política, enquanto Martín Menem defendeu os acusados. O Parlamento estuda abrir uma CPI para investigar as denúncias, o que pode aumentar o desgaste político do governo em um momento já conturbado.