A irmã e chefe de gabinete do presidente argentino, Javier Milei, está no centro de um escândalo de corrupção que ameaça sua popularidade. A crise começou com a divulgação de áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-assessor de Milei, que afirma que Karina seria beneficiária de um esquema ilegal de superfaturamento na compra de medicamentos. Segundo Spagnuolo, ela recebia 3% do valor pago pelo governo para financiar os remédios, e outros membros do gabinete também estariam envolvidos.
A procuradoria argentina investiga o caso em um processo que corre em segredo de justiça, surpreendendo o governo, que demitiu Spagnuolo da agência nacional da pessoa com deficiência. O escândalo surge em um momento crítico, com Milei em campanha para ampliar sua base no Congresso, a poucos meses das eleições para o parlamento federal. Apesar da desaceleração econômica e da queda do poder de consumo das famílias, o PIB argentino ainda apresenta crescimento acima de 6% nos últimos 12 meses.
Durante um ato de campanha recente, Milei fez uma homenagem pública à irmã, destacando seu papel na organização do partido Liberdade Avança. No entanto, ele cometeu um ato falho ao criticar a oposição, afirmando: “Estão reclamando porque surrupiamos o roubo deles”. O desdobramento desse escândalo pode impactar significativamente a trajetória política de Milei e sua capacidade de consolidar apoio no Legislativo.