Os brasileiros enfrentaram um aumento no endividamento e na inadimplência em julho de 2023, conforme aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com contas a vencer subiu de 78,4% em junho para 78,5% em julho, marcando o sexto mês consecutivo de crescimento. Em comparação a julho de 2022, a taxa se manteve estável em 78,5%.
A pesquisa revela que a inadimplência também cresceu, com a parcela de consumidores com contas em atraso aumentando de 29,5% em junho para 30,0% em julho, o maior índice desde setembro de 2023. Além disso, a porcentagem de famílias que não conseguem pagar dívidas vencidas subiu de 12,5% para 12,7% no mesmo período, refletindo a crescente dificuldade enfrentada por famílias de renda baixa e média.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, destacou que o aumento no número de famílias inadimplentes e a estagnação do endividamento indicam que muitos brasileiros estão no limite de sua capacidade de contrair novas dívidas. Apesar disso, a percepção de endividamento melhorou, com a proporção de pessoas que se consideram "muito endividadas" caindo de 15,9% para 15,5%. O uso do cartão de crédito permanece predominante entre os endividados, embora tenha diminuído em relação ao ano anterior, enquanto o uso de carnês aumentou, sugerindo uma mudança nas preferências de crédito dos consumidores.