Ernesto Iannoni, de 89 anos, está em meio a uma intensa disputa judicial com seus filhos, Marco e Pascoal, sobre a sucessão de sua empresa, a Flexform, uma das cinco maiores fabricantes de cadeiras de escritório do mundo. A briga começou em 2010, após sua aposentadoria, quando ele passou o controle da empresa aos herdeiros e deveria receber 25% do valor da companhia, avaliada em cerca de R$ 200 milhões. No entanto, Ernesto afirma ter recebido apenas R$ 16 milhões, levando-o a processar os filhos por suposta manipulação dos números.
A defesa de Ernesto alega que seus filhos fraudaram a contabilidade da Flexform para subvalorizar a empresa e pagar menos do que lhe era devido. Um laudo recente da Polícia Civil de São Paulo confirmou suspeitas de irregularidades contábeis, apontando para a utilização de empresas de fachada e notas fiscais frias. Enquanto isso, Marco e Pascoal negam as acusações e afirmam que o pai já moveu 22 processos sobre os mesmos fatos nos últimos 14 anos, com a maioria sendo julgada improcedente.
O conflito não se limita ao aspecto financeiro; ele também afeta as relações familiares. Ernesto vive isolado em seu haras em Capão Bonito (SP) e não vê os filhos desde 2017. Ele atribui a origem da disputa à riqueza e à falta de compreensão dos filhos sobre o trabalho duro necessário para conquistá-la. A situação continua a gerar sofrimento para todos os envolvidos, enquanto a batalha judicial se arrasta sem um fim à vista.