Entre 2020 e 2023, as emissões de metano no Brasil aumentaram 6%, resultando no segundo maior volume histórico, segundo dados do Observatório do Clima. O metano, um gás de efeito estufa com potencial de aquecimento 28 vezes superior ao do dióxido de carbono (CO₂), é principalmente emitido pela fermentação entérica do gado, conhecido como ‘arroto do boi’. O aumento das emissões está ligado ao crescimento do rebanho bovino e ao tipo de alimentação dos animais, sendo que aqueles em pasto emitem mais metano do que os confinados.
O Brasil, que possui o segundo maior rebanho bovino do mundo e é líder nas exportações de carne, enfrenta um desafio significativo na redução das emissões de metano. Em 2021, o país aderiu ao Compromisso Global do Metano, prometendo reduzir em 30% as emissões até 2030. No entanto, desde então, pouco foi feito para cumprir essa meta, com dados mostrando um aumento contínuo nas emissões desde 2015.
Especialistas alertam que é crucial uma resposta rápida e coordenada para mitigar as emissões de metano, com a meta de redução de 45% até 2040 podendo ajudar a conter o aquecimento global em 0,3 ºC. Medidas sugeridas incluem melhorias na dieta animal e investimentos em genética dos rebanhos. Contudo, a implementação dessas estratégias requer tempo e recursos significativos, refletindo a complexidade da agropecuária brasileira.