O embaixador José Alfredo Graça Lima, um dos primeiros negociadores do Brasil nas conversas entre o Mercosul e a União Europeia, declarou que o Brasil não é mais tão dependente dos Estados Unidos em termos de comércio exterior. Em entrevista, ele ressaltou que a atual relação comercial é mais desfavorável para os norte-americanos, mas alertou que redirecionar as exportações para novos mercados será um desafio, especialmente para produtos como café e pescados.
Graça Lima enfatizou que a abertura de novos mercados deve ser feita com cautela para evitar pressões dos EUA. Ele também comentou sobre a movimentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em busca de apoio no Brics e na União Europeia contra as tarifas de Donald Trump, afirmando que as chances de sucesso são limitadas devido aos interesses individuais de cada nação. Apesar das dificuldades, o embaixador acredita que a Organização Mundial do Comércio ainda desempenha um papel relevante, mesmo diante do desrespeito às legislações internacionais.
As sanções impostas pelos EUA ao Brasil, especialmente sobre produtos essenciais como o café, têm gerado preocupações sobre o impacto no comércio bilateral. Graça Lima mencionou que o Brasil já recorreu à OMC para contestar essas tarifas, mas a falta de um órgão de apelação pode dificultar uma resolução favorável. A situação atual exige uma análise cuidadosa das relações comerciais e uma estratégia eficaz para diversificar os mercados de exportação brasileiros.