O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, deixou o cargo recentemente, e fontes da diplomacia israelense informaram que a representação será temporariamente liderada por um encarregado. Essa mudança ocorre em um contexto de crescente distanciamento entre Brasil e Israel, iniciado em 2024, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a situação em Gaza ao Holocausto, o que foi mal recebido pelo governo de Benjamin Netanyahu.
As relações se deterioraram ainda mais após o retorno do embaixador brasileiro Frederico Meyer a Brasília, em resposta a uma visita do chanceler israelense ao Museu do Holocausto, considerada uma tentativa de humilhação. Desde o início da guerra entre Israel e Hamas em outubro de 2023, o governo brasileiro tem defendido um cessar-fogo e criticado as ações israelenses em Gaza, chamando-as de genocídio e carnificina.
O governo de Netanyahu indicou Gali Dagan como novo embaixador, mas seu nome não recebeu aprovação do Ministério das Relações Exteriores brasileiro. O assessor especial do presidente Lula, Celso Amorim, afirmou que não houve veto formal, mas que o Itamaraty optou por não responder ao pedido, refletindo a insatisfação com o tratamento dado a Meyer. A situação continua a evoluir e está sendo monitorada de perto pelas autoridades brasileiras.