A Bolívia se prepara para as eleições gerais no dia 17 de agosto, com a esquerda fragmentada e a direita liderando as pesquisas de intenção de voto. O ex-presidente Evo Morales, que não pode concorrer devido a restrições legais, tem incentivado o voto nulo, enquanto o empresário Samuel Medina desponta como favorito nas pesquisas. O país também escolherá 130 deputados e 36 senadores, em um cenário eleitoral marcado por tensões internas no Movimento ao Socialismo (MAS), partido que governou a Bolívia por 19 anos.
A divisão no MAS, que já foi um bastião da esquerda, pode sinalizar o fim de um ciclo político no país. O atual presidente Luiz Arce, que enfrenta baixa popularidade devido a uma crise econômica, desistiu de buscar a reeleição e indicou seu ex-ministro Eduardo De Castillo como candidato, que atualmente amarga apenas 2% nas intenções de voto. O ex-aliado de Morales, Andrónico Rodríguez, também enfrenta dificuldades, caindo de 14% para cerca de 6% nas pesquisas.
A situação se complica ainda mais com a desistência de Eva Copa, ex-presidente do Senado, que decidiu não concorrer alegando que seu novo partido, Morena, não está preparado para a disputa. Especialistas apontam que a insistência de Morales em ser o candidato do MAS contribuiu para a desintegração do partido, que agora corre o risco de se tornar minoritário no Parlamento. As tensões e divisões internas podem impactar significativamente o resultado das eleições, que prometem ser um marco na política boliviana.