O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), manifestou sua oposição à prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (6), Leite afirmou que a decisão de Moraes é 'equivocada' e que não importa se Bolsonaro 'cavou ou não' sua situação atual.
Leite defendeu que, em um ambiente democrático, o ex-presidente deve ter o direito de se expressar até que seja julgado. Ele criticou a restrição imposta por Moraes, que considerou uma limitação à liberdade de manifestação. O governador, que sempre se posicionou de forma crítica em relação a Bolsonaro, ressaltou que sua crítica à prisão não o torna um apoiador do ex-presidente.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada após o ex-presidente descumprir medidas cautelares, segundo Moraes. O ministro argumentou que Bolsonaro utilizou as redes sociais para incitar ataques ao STF e apoiar intervenções no Judiciário, especialmente após sua participação em uma manifestação no Rio de Janeiro no último domingo (3).
Leite também destacou que, apesar de reconhecer a importância de Moraes na condução do processo eleitoral, a decisão de restringir manifestações é perigosa e pode criar precedentes indesejáveis. Ele enfatizou que a crítica à prisão de Bolsonaro não deve ser confundida com apoio ao ex-presidente, reiterando a necessidade de um debate livre e democrático no país.