Na última quarta-feira, 13 de agosto, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou um pacote de incentivos para a educação pública estadual durante um evento no teatro da Feevale. O programa, intitulado ‘Reconhecimento da Educação Gaúcha’, busca qualificar o ensino sob uma lógica de mercado, oferecendo recompensas financeiras a docentes e alunos que atingirem metas de desempenho. Essa proposta, no entanto, é criticada por reproduzir práticas neoliberais que ignoram as condições precárias das instituições de ensino e perpetuam a desigualdade social.
O pacote inclui a promessa de um 14º salário para professores que cumprirem 100% das metas estabelecidas, além de prêmios para os alunos com melhor desempenho em sala de aula. Críticos argumentam que essa abordagem reflete uma ‘pedagogia da resiliência’, onde apenas os mais aptos são premiados, enquanto as dificuldades enfrentadas por alunos de famílias em situação de vulnerabilidade são desconsideradas. Essa lógica, segundo especialistas, não traz soluções reais para os problemas estruturais da educação pública no estado.
As implicações desse pacote são profundas e revelam uma política educacional que pode agravar ainda mais a desigualdade social. A crítica à proposta destaca que a responsabilidade pelo baixo desempenho educacional não deve recair sobre os professores ou alunos em situação de vulnerabilidade, mas sim sobre um sistema que falha em oferecer condições adequadas para a aprendizagem. Assim, o governo gaúcho é acusado de aplicar uma política desumana que ignora as necessidades reais da população e perpetua um ciclo de pobreza e exclusão na educação.