Em mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foi proposta a troca do relator da ação penal referente à trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). A sugestão indicava que o caso poderia ser encaminhado ao ministro André Mendonça, mas especialistas consideram essa mudança improvável, citando restrições regimentais da Corte. O advogado de Filipe Martins, réu no caso, apresentou um agravo regimental questionando a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que atualmente analisa o processo.
O relatório final do inquérito, que investiga as ações de Bolsonaro e Eduardo, menciona mensagens que sugerem a possibilidade de mudar a relatoria. No entanto, especialistas em direito afirmam que tal alteração exigiria circunstâncias excepcionais, como a declaração de suspeição do relator. O professor Álvaro Palma de Jorge, da FGV Rio, destaca que a escolha do relator é um processo automatizado e não pode ser alterada apenas por solicitações das partes envolvidas.
O julgamento da trama golpista está agendado para começar em setembro, com Moraes apresentando seu relatório final. As acusações contra Bolsonaro incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A defesa do ex-presidente já negou as acusações e questionou aspectos relacionados a delações e reuniões com os comandantes das Forças Armadas, enquanto o desdobramento desse caso pode ter implicações significativas para o cenário político brasileiro.