Em mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foi sugerida a possibilidade de troca do relator da ação penal sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta indicava que o caso poderia ser analisado pelo ministro André Mendonça, mas especialistas consideram essa mudança improvável devido a restrições regimentais da Corte. O advogado de Filipe Martins, réu no caso, havia apresentado um agravo regimental questionando a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que atualmente lidera a análise do processo.
O relatório final do inquérito revela que mensagens encontradas no celular de Bolsonaro discutiam a oportunidade de mudar a relatoria da ação penal. Contudo, especialistas como Álvaro Palma de Jorge, professor de direito da FGV Rio, afirmam que a troca não ocorrerá sem um pedido formal e condições específicas que justifiquem tal mudança. Gabriel Huberman Tyles, advogado e especialista em Direito Processual Penal, reforça que a saída de Moraes dependeria de uma declaração de suspeição ou impedimento, o que não foi apresentado até o momento.
O julgamento da trama golpista está agendado para começar em 2 de setembro, quando Moraes apresentará seu relatório final. O caso envolve acusações graves contra Bolsonaro e outros réus, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A defesa do ex-presidente já negou as acusações e questionou aspectos relacionados a delações e reuniões com os comandantes das Forças Armadas, enquanto o desdobramento desse processo pode ter implicações significativas para o cenário político brasileiro.