Mensagens analisadas pela Polícia Federal (PF) indicam que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pressionou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a apressar manifestações de apoio a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. O relatório final enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 20 de agosto de 2025, revela que Eduardo temia que Trump “vire as costas” ao Brasil caso não recebesse um reconhecimento público. As conversas, obtidas em um celular apreendido, mostram que Bolsonaro acatou a sugestão do filho e buscou orientação de Martin de Luca, advogado da Trump Media, para elaborar publicações sobre tarifas impostas pelos EUA ao Brasil.
O relatório da PF também destaca que as ações de Eduardo e Jair Bolsonaro visavam interferir na Ação Penal 2668, que investiga tentativas de golpe de Estado e coação de autoridades brasileiras. Além disso, o documento aponta que o grupo buscou coagir integrantes do Judiciário e do Congresso Nacional para influenciar decisões em benefício próprio. A investigação foi aberta em maio por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e culminou no indiciamento de ambos por coação no curso do processo.
As implicações desse caso são significativas, pois evidenciam uma tentativa de submeter instituições democráticas a interesses pessoais e externos. O relatório foi encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), que decidirá sobre possíveis denúncias ou novas diligências. A situação levanta preocupações sobre a integridade das instituições brasileiras e a influência de agentes estrangeiros nas decisões políticas do país.