Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificam esforços internacionais para desgastar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Após tentativas de sanções nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo programam uma viagem à Europa em setembro, com paradas em países como Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia e Hungria. O objetivo é apresentar alegações de abusos cometidos por Moraes, especialmente relacionados às investigações sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023.
Figueiredo afirmou que a dupla pretende visitar o Parlamento Europeu para aumentar a pressão internacional. Eduardo Bolsonaro, que está entre os investigados e teme uma possível ordem de prisão, declarou que considera participar da viagem, mas precisa garantir sua segurança. "Já tenho um convite feito por um parlamentar polonês, mas preciso me assegurar de que não serei mais uma vítima do Moraes", disse ao portal Metrópoles.
A estratégia visa que a União Europeia adote sanções semelhantes às impostas pelos Estados Unidos, como bloqueio de ativos e proibição de viagens a Moraes e outros ministros do STF. Os articuladores argumentam que as decisões do ministro impactaram cidadãos europeus, como o tenente-coronel Mauro Cid, que é português e delator da trama, e Figueiredo, que teve seu passaporte suspenso judicialmente. Embora a União Europeia não siga a Lei Magnitsky, possui mecanismos para impor sanções por violações aos direitos humanos e ao Estado de Direito.