Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) solicitado pela Polícia Federal revela que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilizou a conta de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, para ocultar valores enviados pelo pai, Jair Bolsonaro. O documento aponta que o ex-presidente fez depósitos substanciais ao filho em 13 de maio de 2025, fracionando as transferências para evitar o acionamento de mecanismos de controle legal. A movimentação inclui seis transferências de R$ 111 mil e uma de R$ 2 milhões, consideradas suspeitas pelo Coaf.
Além disso, a investigação indica que Eduardo realizou uma operação de câmbio no valor de R$ 1.661.835,76 em 29 de maio, menos de um mês após receber os recursos do pai. Ele repassou R$ 200 mil para a conta da esposa, dividindo os depósitos em quantias menores para camuflar a origem dos valores. O relatório da PF destaca que essa estratégia visava evitar bloqueios em sua própria conta e levanta preocupações sobre a legalidade das transações realizadas por ambos.
As implicações dessa movimentação financeira são significativas, pois podem resultar em novas investigações sobre práticas de ocultação de recursos e possíveis consequências legais para Jair e Eduardo Bolsonaro. A situação se agrava ainda mais com o fato de que o ex-presidente realizou transações para obtenção de dólar, mesmo sob proibição judicial de deixar o Brasil desde fevereiro de 2024. Esse cenário pode intensificar o escrutínio sobre as ações da família Bolsonaro e suas implicações políticas.