A Polícia Federal (PF) revelou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recebeu R$ 4,16 milhões em suas contas entre setembro de 2023 e junho de 2025, conforme um relatório final enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento indiciou tanto Eduardo quanto seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por coação no curso do processo relacionado à tentativa de golpe de Estado. A investigação apura a atuação de Eduardo nos Estados Unidos, onde ele teria articulado pressões contra autoridades brasileiras.
O relatório de 170 páginas detalha as movimentações financeiras de Eduardo, que incluem R$ 2 milhões recebidos do pai e transferências para sua esposa, Heloísa Bolsonaro, com indícios de que essas operações visavam ocultar valores e evitar bloqueios. Além disso, a PF identificou um padrão de transferências fracionadas do ex-presidente para o filho, coincidentes com a intensificação das atividades de Eduardo no exterior. O indiciamento ocorre em meio a uma investigação mais ampla sobre tentativas de interferência nas instituições brasileiras.
As implicações legais do caso são significativas, pois a PF concluiu que tanto Eduardo quanto Jair Bolsonaro, com apoio de aliados, tentaram interferir na Ação Penal 2.668, que investiga a tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso agora será analisado pela Procuradoria Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará denúncia ou solicitará o arquivamento do processo, aumentando a pressão sobre os envolvidos e potencialmente afetando suas futuras atividades políticas.