O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou sua ofensiva internacional contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao se reunir nesta sexta-feira (1º) com representantes do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O objetivo da reunião foi pressionar por um bloqueio total das contas bancárias de Moraes, após a sanção imposta ao magistrado pela Lei Magnitsky, anunciada pelo governo de Donald Trump nesta semana.
Durante o encontro, Eduardo Bolsonaro apresentou traduções de reportagens que sugeriam uma interpretação restrita das sanções, alegando que apenas transações em dólar estariam suspensas. O deputado argumentou que os bancos brasileiros não estariam cumprindo a sanção em sua totalidade. No entanto, representantes do governo norte-americano esclareceram que a restrição se aplica a qualquer operação financeira, independentemente da moeda utilizada.
Fontes da CNN Brasil indicaram que, sob pressão de Eduardo, os EUA podem notificar diretamente os bancos no Brasil para exigir o congelamento das contas de Moraes, sob pena de sanções às instituições que mantiverem vínculos com o ministro. Essa situação coloca os bancos em uma posição delicada, forçando-os a escolher entre manter Moraes como correntista ou preservar suas relações com o sistema financeiro americano.
Em resposta a essa movimentação, o ministro Gilmar Mendes, durante a abertura dos trabalhos do Judiciário, criticou a atuação de Eduardo Bolsonaro, classificando-a como um "ato de lesa-pátria". Mendes afirmou que os ataques à soberania nacional são estimulados por radicais insatisfeitos com a derrota eleitoral, fazendo uma alusão direta ao deputado licenciado, que se posiciona em favor da anistia a golpistas e contra o julgamento de seu pai pela tentativa de golpe de Estado.