O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou que permanecerá nos Estados Unidos com o objetivo de buscar sanções adicionais ao Brasil durante o governo de Donald Trump. Em entrevista ao jornal O Globo, realizada na quarta-feira, 6, o parlamentar expressou a possibilidade de um autoexílio que pode durar 'décadas', afirmando que teme ser preso se retornar ao Brasil, onde é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta coação em um processo relacionado ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro também comentou sobre as tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros, que entraram em vigor na mesma data. Ele responsabilizou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, pelo impacto negativo nas exportações e defendeu uma 'anistia ampla, geral e irrestrita' aos réus envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e na tentativa de golpe após as eleições de 2022. Segundo ele, essa medida poderia melhorar a posição do Brasil nas negociações com os EUA.
O deputado minimizou os efeitos econômicos das tarifas sobre o agronegócio, apesar de um levantamento indicar que 82% das exportações do setor serão afetadas. Eduardo também revelou que está em contato frequente com parlamentares americanos e que planeja oficiar o presidente da Câmara, Hugo Motta, para discutir a manutenção de seu mandato, mesmo à distância. Ele ainda alertou que Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, podem ser alvo de sanções se não pautarem a anistia e o impeachment de Moraes.
Sobre suas ambições políticas, Eduardo afirmou que só consideraria uma candidatura à presidência em 2026 se receber apoio de seu pai, enfatizando a necessidade de restaurar a normalidade democrática no Brasil antes de qualquer decisão eleitoral.