Na manhã desta quarta-feira, 6, o dólar apresentou uma queda em relação ao real, após iniciar o dia próximo da estabilidade. O movimento no mercado de câmbio reflete a tendência de desvalorização da moeda americana no exterior, impulsionada pela alta nos preços do petróleo, que favorece a divisa brasileira. Além disso, o mercado aguarda declarações de dirigentes do Federal Reserve, que devem ocorrer à tarde, sobre possíveis cortes de juros a partir de setembro.
Internamente, a cautela predomina em meio ao recente anúncio de tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a falta de diálogo com seu homólogo americano, Donald Trump, afirmando que não pretende contatá-lo para negociar as tarifas, mas sim para convidá-lo para a COP, conferência sobre mudanças climáticas que ocorrerá em Belém. Lula também expressou descontentamento com a forma como as tarifas foram anunciadas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que um plano de contingência contra as tarifas já está elaborado e será apresentado pelo presidente Lula, com propostas a serem enviadas ao Congresso por meio de Medida Provisória. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, alertou sobre possíveis surpresas relacionadas a produtos como carne e café, além de destacar os impactos fiscais do plano.
Em um contexto internacional, a presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, se reunirá com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, um dia antes da implementação de tarifas de 39% contra produtos suíços. Paralelamente, a montadora Honda informou que as tarifas do governo Trump resultaram em um impacto financeiro de 125 bilhões de ienes, aproximadamente US$ 850 milhões. O presidente russo, Vladimir Putin, também se reuniu com um enviado da Casa Branca, em meio a negociações sobre um possível acordo de paz com a Ucrânia.