O dólar apresentou uma queda significativa no mercado à vista, atingindo a mínima de R$ 5,5664, uma desvalorização de 0,61%. A movimentação da moeda americana reflete a perda de força da divisa após a divulgação de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que mostraram a criação de empregos em julho abaixo das expectativas, além de revisões negativas para os meses anteriores. No início do dia, o dólar havia alcançado R$ 5,6284, uma alta de 0,49%, em meio a preocupações sobre novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump e a pressão política sobre o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A Casa Branca anunciou uma lista de tarifas recíprocas que afetará 69 parceiros comerciais, com taxas variando de 10% a 41%, a serem implementadas a partir do dia 7. O Brasil está incluído na lista, com uma tarifa de 10% que se somará a uma taxa adicional de 40% sobre determinados produtos. Trump também elevou a tarifa sobre o Canadá de 25% para 35%, mas manifestou disposição para negociações.
No cenário interno, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que não há justificativa para a tarifa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil e que o governo continuará a trabalhar com o Itamaraty para mitigar os impactos. Haddad também anunciou que medidas de proteção para a agricultura e a indústria podem ser tomadas na próxima semana, sem comprometer a meta fiscal. Além disso, o economista Paul Krugman criticou as tarifas de Trump, afirmando que a isenção ao suco brasileiro demonstra a dependência dos EUA em relação ao Brasil.
Em dados econômicos, a produção industrial brasileira cresceu 0,1% em junho em comparação a maio, embora tenha registrado uma queda de 1,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,37% no fim de julho, acumulando alta de 4,05% em 12 meses, conforme dados da FGV.