O dólar iniciou a sessão desta quinta-feira (7) em meio à expectativa de um plano de contingência do governo brasileiro, após a implementação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. A medida, que já está em vigor, faz parte de uma estratégia da Casa Branca para reestruturar as cadeias globais de comércio e afeta diretamente as relações comerciais entre os dois países. As novas tarifas começaram a valer à meia-noite, horário da costa leste dos EUA, e impactam produtos de mais de 90 nações.
Além da pressão externa, o mercado financeiro brasileiro também observa a repercussão da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, por descumprimento de medidas cautelares. A situação gera incertezas sobre as negociações entre Brasil e EUA, especialmente considerando o apoio que Bolsonaro recebeu de Donald Trump, que classificou o julgamento do ex-presidente como uma "caça às bruxas".
No cenário econômico, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) apresentou uma leve deflação de 0,07% em julho, após um recuo de 1,80% em junho, acumulando queda de 1,82% no ano. O IGP-DI, que mede a inflação com sensibilidade às oscilações do câmbio, é um indicador importante para os investidores. O Ibovespa, por sua vez, inicia as negociações às 10h, enquanto as bolsas europeias operam em alta, impulsionadas por decisões de política monetária e tarifas comerciais.
Em resposta às novas tarifas, o governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as medidas dos EUA violam compromissos internacionais. A situação atual gera um clima de incerteza no mercado, com investidores atentos aos desdobramentos das negociações e suas possíveis consequências para a economia nacional.