O dólar operou em baixa nesta sexta-feira, 22 de agosto de 2025, pressionado pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole. As falas sugerindo um maior relaxamento monetário abriram espaço para uma maior perspectiva de corte de juros pela autoridade, incluindo na próxima reunião, em setembro. Antes do discurso, as apostas de uma redução de taxas em 25 pontos-base rondavam os 70%, chance ampliada para mais de 90% após o discurso.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,92%, a 97,716 pontos. Na semana, houve queda de 0,14%. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se apreciava a US$ 1,1722 e a libra avançava a US$ 1,3522. A moeda americana tinha queda ante a japonesa, cotada a 146,94 ienes. Segundo Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, as declarações mostraram que o Fed pode estar mais preocupado com o mercado de trabalho, sugerindo que a porta está aberta para um corte de juros em setembro.
A análise da Capital Economics aponta que o Fed está agora claramente no caminho para uma postura política neutra. A maioria dos outros grandes bancos centrais também está ou já chegou lá, enquanto o Banco do Japão continua sendo uma exceção. A consultoria projeta que o caminho de menor resistência pode ser em direção a uma maior depreciação do dólar, especialmente se não ocorrerem novos choques econômicos nos próximos meses. Além disso, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) estão cada vez mais convencidos de que podem manter as taxas inalteradas em setembro.