Jon Ironmonger, jornalista investigativo, se reuniu com a diretora Ellena Wood na Capela Bugbrooke, em Northamptonshire, para discutir os abusos cometidos pelo Exército de Jesus, um movimento religioso que foi encerrado em 2018. O documentário da BBC, que estreia em breve, traz à tona as experiências traumáticas de centenas de ex-membros, que relatam práticas abusivas e ocultação de casos pela liderança da seita.
O Exército de Jesus, que chegou a contar com 2 a 3 mil membros, era inicialmente visto como uma igreja vibrante, mas, segundo as investigações, escondia uma realidade de abusos e mortes inexplicáveis. Ironmonger começou sua pesquisa em 2016, após relatos de práticas duvidosas, e descobriu que cerca de 600 a 700 vítimas haviam se manifestado sobre os abusos sofridos.
Ellena Wood, que iniciou sua investigação em 2022, entrevistou mais de 80 sobreviventes e familiares, revelando que muitos ainda lutam com traumas profundos. O documentário, dividido em duas partes, busca desmistificar a experiência de deixar uma seita, destacando a complexidade emocional e os desafios enfrentados pelos ex-membros, que frequentemente se sentem culpados e confusos sobre suas vivências.
O Exército de Jesus, conhecido formalmente como Fraternidade de Jesus, realizava marchas em várias cidades da Inglaterra para recrutar novos membros, enquanto as crianças sob seus cuidados enfrentavam uma vida repleta de perigos. O filme promete ser uma reflexão impactante sobre os danos causados por cultos e a luta pela recuperação dos sobreviventes.