O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, expressou sua frustração com a crescente divisão interna da Corte, especialmente em relação à atuação do ministro Alexandre de Moraes. Barroso, que completará 67 anos, se prepara para passar a presidência para Edson Fachin no final de setembro, e tem tentado minimizar o protagonismo que Moraes adquiriu ao liderar investigações, incluindo a que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Nos bastidores, Barroso demonstra um sentimento de impotência diante da situação atual e, segundo fontes próximas, considera a possibilidade de deixar o Tribunal após seu mandato. Com laços estreitos com os Estados Unidos, incluindo uma propriedade em Miami e períodos de estudo em Harvard, Barroso enfrenta incertezas, especialmente após rumores sobre o cancelamento de seu visto de entrada no país.
Com a saída de Barroso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá indicar um novo ministro para o STF, já que Barroso é um dos 11 integrantes da Corte. Entre os possíveis candidatos estão Bruno Dantas, Jorge Messias, Rodrigo Pacheco e Vinicius Carvalho. A tensão entre os ministros é palpável, com críticas à atuação de Moraes, especialmente após a decisão de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que gerou desconforto e divisões ainda maiores entre os magistrados.
Além disso, muitos ministros do STF temem serem alvo de sanções da Lei Magnitsky, que pode resultar em severas restrições financeiras. Essa preocupação foi atribuída à atuação de Moraes, aumentando a pressão sobre a Corte em um momento já delicado. As próximas semanas prometem ser decisivas para o futuro do STF e suas relações internas.