Mais da metade dos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) não assinou uma carta em defesa do ministro Alexandre de Moraes, após ele ser alvo de sanções dos Estados Unidos pela Lei Magnitsky. O episódio ocorreu na quarta-feira (30 de julho de 2025), quando Moraes solicitou um documento coletivo aos colegas, mas apenas seis dos onze magistrados compareceram ao jantar oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada na quinta-feira (31 de julho de 2025).
O clima na Corte é descrito como "péssimo", com a maioria dos ministros considerando inadequado elaborar um manifesto conjunto em resposta a uma decisão de um país estrangeiro. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, emitiu uma nota institucional moderada, que não contou com a assinatura dos demais ministros, frustrando as expectativas de Moraes por um apoio unânime.
O jantar, que visava promover uma imagem de unidade entre os Três Poderes, acabou evidenciando a divisão interna do STF. Entre os presentes estavam os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Roberto Barroso. Em contrapartida, os ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça, todos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, não compareceram ao evento.
A situação é vista como crítica, com um sentimento crescente entre os ministros de que Moraes está levando a Corte a um impasse irreversível. Sua recente decisão sobre o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, na qual insinuou que os EUA seriam "inimigos estrangeiros" do Brasil, foi considerada inapropriada por muitos colegas, acentuando ainda mais a tensão entre os magistrados.