A Bolívia se prepara para as eleições gerais no dia 17 de agosto, com a esquerda fragmentada e a direita liderando as pesquisas de intenção de voto. O ex-presidente Evo Morales, que não pode concorrer devido a uma decisão da Justiça eleitoral, tem defendido o voto nulo, enquanto o mega empresário Samuel Medina se destaca como favorito nas pesquisas. O ex-líder cocaleiro e atual presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, não tem conseguido ultrapassar os dois dígitos nas intenções de voto, caindo de 14% para cerca de 6% nas últimas semanas.
O Movimento ao Socialismo (MAS), que governou a Bolívia por 19 anos, enfrenta uma crise interna após a saída de Evo Morales e a escolha do atual presidente Luiz Arce de não concorrer à reeleição. Arce indicou seu ex-ministro Eduardo De Castillo como candidato, que atualmente amarga apenas 2% nas pesquisas. A divisão dentro do partido tem sido acentuada por críticas de Morales, que se considera perseguido politicamente e acusa antigos aliados de traição.
A situação se complicou ainda mais com a desistência de Eva Copa, ex-presidente do Senado e atual prefeita de El Alto, que abandonou sua candidatura alegando que seu partido, o Morena, ainda não estava preparado para a disputa presidencial. Especialistas apontam que a ambição de Morales em permanecer como figura central do MAS contribuiu para a desintegração do partido, que antes contava com uma base sólida no Parlamento. A eleição de agosto será um teste crucial para o futuro político da Bolívia e a continuidade do ciclo de governos de esquerda no país.