O diplomata e representante do Panamá na COP30, Juan Carlos Monterrey, solicitou na última sexta-feira, 22 de agosto, a mudança da sede da Conferência das Partes, agendada para novembro em Belém, Pará. Ele denunciou os altos preços de hospedagem que têm sido um obstáculo para a participação das delegações internacionais, afirmando que as tarifas estão entre 200% e 400% acima do subsídio diário da ONU. Monterrey expressou sua frustração com a falta de resposta do governo brasileiro às preocupações levantadas nas reuniões do Bureau da COP.
O governo federal rejeitou um pedido da ONU para subsidiar as hospedagens dos diplomatas, argumentando que não poderia arcar com os custos, mesmo para países mais ricos que o Brasil. A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, sugeriu que a ONU aumentasse o valor do auxílio para diárias, que atualmente é insuficiente para cobrir os preços em Belém. A pressão internacional sobre o governo brasileiro aumentou, com mais de vinte negociadores enviando um documento solicitando intervenção nos preços.
Diante da crise gerada pela situação, a organização da COP30 anunciou a criação de uma força-tarefa para lidar com os preços abusivos em Belém. Até o momento, 47 delegações já confirmaram presença no evento, que ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro. A continuidade da conferência em Belém depende agora de soluções eficazes para garantir a acessibilidade das acomodações aos participantes internacionais.