O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu nesta terça-feira (19) um despacho esclarecendo que sua decisão sobre a eficácia de leis e ordens judiciais estrangeiras não se aplica a tribunais internacionais reconhecidos pelo Brasil. Em seu despacho, Dino afirmou que a vedação não alcança a jurisdição obrigatória desses tribunais, ressaltando que a determinação visa proteger a soberania nacional e os direitos de empresas e cidadãos brasileiros.
A decisão de Dino surge em um momento de crescente tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente em relação à Lei Magnitsky, que impõe sanções a violadores dos direitos humanos. O ministro destacou que qualquer violação à sua determinação será considerada ineficaz, reiterando que as leis estrangeiras só podem ter efeito no Brasil se homologadas pela autoridade competente. Ele também convocou uma audiência pública para discutir o tema, cujo cronograma ainda será divulgado.
Dino enfatizou que o Brasil tem enfrentado diversas sanções e ameaças internacionais, que buscam impor pensamentos a serem ratificados pelos órgãos de soberania nacional. A decisão do STF é vista como uma proteção contra ingerências externas e um reforço à autonomia do país em questões jurídicas. A medida pode ter implicações significativas para as relações diplomáticas e econômicas do Brasil, especialmente com os Estados Unidos.