A recente desaceleração nos preços dos alimentos trouxe um alívio temporário ao bolso dos brasileiros, mas outras despesas essenciais continuam a pressionar o orçamento familiar. Dados do IPCA de julho revelaram aumentos significativos em categorias como Habitação (+0,91%), Saúde (+0,45%) e Transportes (+0,35%), refletindo a dificuldade em cortar gastos em itens indispensáveis. A energia elétrica, por exemplo, subiu 10,18% no acumulado do ano, com a bandeira tarifária vermelha elevando ainda mais os custos para os consumidores.
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE, destaca que os grupos de Alimentação, Transportes e Saúde são os que mais impactam a cesta de consumo das famílias. O economista Ricardo Mota, do Pacto Contra a Fome, ressalta que as altas se concentram em despesas pouco elásticas, dificultando cortes no cotidiano das pessoas. Com os reajustes nos planos de saúde e medicamentos, a pressão sobre o orçamento se torna ainda mais evidente, especialmente para as famílias de menor renda.
As implicações desses aumentos são preocupantes, pois podem restringir ainda mais a renda disponível das famílias brasileiras. Embora existam programas de apoio como o auxílio-gás e tarifas sociais de energia elétrica, especialistas afirmam que as políticas públicas atuais não são suficientes para aliviar a carga financeira das classes mais baixas. A situação exige uma reavaliação das estratégias governamentais para mitigar os impactos da inflação sobre os orçamentos familiares.