A desigualdade tributária entre os ETFs de fundos imobiliários e os FIIs tradicionais é um dos principais obstáculos ao crescimento desse mercado no Brasil, segundo Danilo Gabriel, gestor da XP Asset. Ele destaca que a Receita Federal deveria tratar ambos os investimentos de forma equivalente, mas atualmente os ETFs enfrentam penalizações tributárias que dificultam sua expansão.
Atualmente, os ETFs representam apenas 0,5% do total da indústria de fundos no Brasil, com um patrimônio de cerca de R$ 63 bilhões, em contraste com os R$ 9 trilhões do setor como um todo. Os ETFs de FIIs, como o XFIX11, lançado pela XP em novembro de 2020, somam menos de R$ 100 milhões, evidenciando a necessidade de uma equiparação tributária para fomentar o crescimento desse segmento.
Apesar das vantagens de diversificação e baixo custo oferecidas pelos ETFs, como a possibilidade de acessar toda a cesta do IFIX com uma única compra, o desempenho recente da classe tem sido desanimador. O IFIX não conseguiu superar o CDI nos últimos anos, e a ausência de distribuição de dividendos nos ETFs, uma estratégia para minimizar a tributação, também representa um desafio. Gabriel projeta que a correlação entre o desempenho dos fundos imobiliários e a Selic pode abrir oportunidades de valorização no futuro, caso o cenário macroeconômico se torne favorável.
Além da XP, a Hedge Investments lançou o HERT11, um ETF focado em fundos de tijolo, que busca aproveitar o momento de juros altos para oferecer uma entrada atraente em ativos de qualidade. Felipe Freitas, diretor de distribuição da Hedge, ressalta que a concentração do índice em shoppings reflete a relevância desses fundos no mercado e acredita que a criação de um índice próprio pode impulsionar o crescimento dos ETFs de FIIs no Brasil.