O relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, divulgado em 27 de agosto de 2025, aponta que a desigualdade de renda no Brasil apresentou uma queda em 2024 em relação ao ano anterior. O estudo revela que o 1% mais rico da população teve uma renda per capita familiar média 30,5 vezes superior à dos 50% mais pobres, uma leve melhora em relação ao índice de 32,9 vezes registrado em 2023. O Sul se destaca como a região com menor disparidade de renda, mas também foi a única a observar um aumento na concentração de riqueza, passando de 22,4 para 23,3.
O Nordeste continua sendo a região com o maior desequilíbrio, com um multiplicador de renda que caiu de 33,6 para 32. O relatório analisou 43 indicadores, dos quais 20 apresentaram avanços e 15 mantiveram estabilidade. Clemente Ganz, diretor-técnico do Dieese e um dos coordenadores do estudo, ressaltou que, apesar da melhora geral na desigualdade, são necessárias novas políticas públicas para acelerar a redução dos desequilíbrios sociais. Ele alertou que o Brasil ainda está longe de eliminar a miséria e a pobreza.
As implicações desse relatório são significativas para o debate sobre políticas sociais e econômicas no país. A necessidade de ações governamentais mais eficazes se torna evidente, especialmente em regiões como o Nordeste, onde as disparidades permanecem alarmantes. A análise dos dados sugere que, embora haja progresso, o caminho para uma sociedade mais equitativa ainda é longo e requer compromisso contínuo por parte das autoridades.