No Nordeste brasileiro, milhares de descendentes de judeus forçados a abandonar sua fé estão retornando ao judaísmo, criando novas comunidades que despertam o interesse do governo israelense. Estima-se que cerca de 30 mil bnei anussim já se converteram, embora enfrentem resistência em algumas comunidades judaicas tradicionais. O fenômeno, que tem como epicentro bairros periféricos e pequenas cidades da região, reflete uma busca por identidade e pertencimento entre os descendentes de judeus sefarditas, que foram convertidos à força durante a Inquisição.
Em Messejana, um bairro na periferia de Fortaleza, a sinagoga Beitel simboliza essa transformação. Flávio Santos, um dos líderes da comunidade, destaca que muitos membros descobriram seus laços com o judaísmo ao estudarem suas histórias familiares e realizarem testes genéticos. A adesão ao judaísmo ortodoxo representa para eles um retorno às raízes ancestrais, após uma trajetória que incluiu a prática do judaísmo messiânico.
O movimento de retorno ao judaísmo no Nordeste não apenas redefine a prática religiosa local, mas também gera implicações geopolíticas, com alguns convertidos se mudando para Israel e servindo no Exército. O documentário ‘Os novos judeus do Nordeste: a tribo perdida do sertão’ retrata essa jornada, evidenciando as complexidades e os desafios enfrentados por essas comunidades em sua busca por aceitação e reconhecimento dentro do judaísmo tradicional.