Neste sábado (23), os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Capitão Alberto Neto (PL-AM) debateram no programa Agora CNN o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela Polícia Federal. A PF indiciou ambos pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, apontando que tentaram obstruir investigações relacionadas a uma tentativa de golpe de Estado. O relatório da PF menciona também o pastor Silas Malafaia como envolvido, sendo enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o encaminhou à PGR.
Durante o debate, os parlamentares comentaram mensagens apreendidas pela PF que revelaram desentendimentos entre Bolsonaro, Eduardo e Malafaia. Alencar caracterizou os diálogos como uma “disputa de egos” no campo conservador, enquanto Alberto Neto minimizou as mensagens e acusou a PF de tentar “desmoralizar a direita”. Alencar avaliou que o risco imediato de fuga de Bolsonaro é reduzido, embora tenha havido cogitações sobre essa possibilidade. Neto reiterou que a investigação possui caráter político, buscando desgastar a imagem da direita.
Agora, cabe ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se oferece denúncia, requisita diligências complementares ou pede o arquivamento da investigação, sendo esta última hipótese considerada remota. O desdobramento dessa situação pode ter implicações significativas para o futuro político dos envolvidos e para a dinâmica do cenário político brasileiro.