Uma operação da Polícia Federal (PF) realizada no dia 8 de julho teve como alvo o deputado federal Júnior Mano (PSB), investigando um suposto esquema de desvio de dinheiro público que envolve a família do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT). A investigação, que ocorre sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF), conta com a colaboração da Controladoria-Geral da União (CGU).
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, a PF encontrou Eduardo Leitão, filho do prefeito, no apartamento funcional de Júnior Mano em Brasília. Com ele, foi apreendida uma agenda que continha nomes de políticos cearenses e registros relacionados a pagamentos e contratos, indicando possíveis movimentações ilegais de recursos públicos.
A operação, denominada ''Underhand'', revelou que o grupo investigado estaria utilizando emendas parlamentares para repassar verbas públicas, exigindo a devolução de até 15% dos valores. Além disso, empresas ligadas ao grupo teriam vencido licitações direcionadas, com os recursos sendo utilizados para financiar campanhas eleitorais. O STF já determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas de pessoas e empresas envolvidas na investigação, que apura crimes como organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A assessoria da prefeitura de Fortaleza afirmou que Eduardo Leitão atua no ramo de eventos e não possui vínculo com a administração municipal, ressaltando que ele não é alvo formal da investigação, mas foi mencionado devido à agenda apreendida. A PF também recolheu diversos dispositivos eletrônicos e anotações manuscritas durante a operação.