A demissão de Erika McEntarfer, comissária do Escritório de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos (BLS), determinada pelo presidente Donald Trump, provocou uma onda de críticas de economistas e ex-autoridades. Anunciada na sexta-feira, 1, a decisão ocorreu após a divulgação de dados de emprego que mostraram uma desaceleração na criação de vagas, com 73 mil novos postos em julho e revisões negativas nos meses anteriores, totalizando uma perda de cerca de 250 mil empregos.
Trump classificou os dados como "chocantes" e acusou McEntarfer de manipulação, alegando que sua nomeação por Joe Biden visava fraudar os números antes das eleições. Especialistas, como o Nobel de Economia Paul Krugman, consideraram a demissão um ataque à credibilidade dos dados econômicos dos EUA, afirmando que a medida compromete a confiança dos mercados e pode levar a uma politização dos dados oficiais.
A Associação Nacional de Negócios Econômicos (Nabe) também se manifestou, alertando que a decisão ameaça a integridade do sistema estatístico americano, que é visto como um padrão de excelência mundial. O grupo Friends of the BLS, formado por ex-comissários, pediu a manutenção de McEntarfer no cargo, enfatizando que a função do BLS é relatar dados, não manipulá-los. A situação gerou pedidos no Congresso para investigar a demissão e reforçar a independência das agências estatísticas.