São Paulo – O uso de sebo bovino para a produção de biodiesel no Brasil deve crescer, uma vez que o aumento do consumo local pode compensar a queda nas exportações para os Estados Unidos, afetadas por novas tarifas sobre a carne bovina e seus subprodutos. Entre janeiro e julho, o Brasil exportou 290,8 mil toneladas de sebo, com quase 91% desse total destinado ao mercado americano, conforme dados da Scot Consultoria. No entanto, a imposição de uma tarifa de importação de 50% nos EUA tornará as vendas brasileiras “proibitivas” nesse mercado.
André Nassar, presidente da Abiove, destacou que a demanda interna pode mitigar o impacto da redução nas exportações. Ele mencionou que empresas de biodiesel, incluindo frigoríficos que não processam sebo em quantidade suficiente, devem aumentar suas compras no Brasil. A Abiove representa os processadores de soja, que são responsáveis por 75% do biodiesel produzido no país.
As exportações de sebo bovino cresceram após uma queda nos rebanhos de gado nos EUA, que direcionou a demanda para o Brasil. Alcides Torres, da Scot Consultoria, afirmou que os exportadores aceleraram os embarques antes do aumento das tarifas. Com a nova tarifa em vigor após 6 de agosto, há a possibilidade de reexportação através de países vizinhos, o que pode ampliar a base de compradores internacionais e ajudar a manter os volumes exportados.