O uso de sebo bovino para a produção de biodiesel no Brasil deve aumentar, com o maior consumo local compensando uma provável queda na demanda de importação dos EUA após a imposição de tarifas sobre a carne bovina brasileira e seus subprodutos. As exportações brasileiras de sebo bovino aumentaram de janeiro a julho, totalizando 290,8 mil toneladas, com os EUA respondendo por quase 98% dos embarques, segundo dados da Scot Consultoria.
Contudo, uma nova tarifa de importação de 50% sobre determinados produtos brasileiros tornará as vendas de sebo bovino no mercado americano “proibitivas”, conforme afirmou André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Apesar disso, a demanda interna pode mitigar parcialmente o impacto da redução das exportações para os EUA, com frigoríficos verticalmente integrados buscando sebo bovino para suas produções de biodiesel.
Além disso, Alcides Torres, fundador da Scot, destacou que os exportadores brasileiros podem adotar estratégias de reexportação através de países vizinhos para evitar as tarifas elevadas. Essa abordagem não apenas pode ampliar a base de compradores internacionais do Brasil, mas também ajudar a manter os volumes exportados em um cenário desafiador.