O delegado Ricardo Carraretto, coordenador do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio de Janeiro, revelou em entrevista os métodos empregados por organizações criminosas para lavar dinheiro. Ele explicou que o crime se baseia em três etapas: colocação, ocultação e integração, destacando o uso crescente de fintechs e empresas de fachada para driblar a fiscalização. Carraretto enfatizou a importância da regulamentação do setor financeiro, citando a Resolução nº 257/2022 do Banco Central, que visa aprimorar a supervisão das fintechs até 2029.
Além das tecnologias financeiras, o delegado mencionou que setores como obras de arte, joias e artigos de luxo são frequentemente utilizados para dar aparência legal ao dinheiro sujo. A Lei nº 9.613/1998 estabelece diretrizes para o combate à lavagem de dinheiro, exigindo que operações em espécie acima de R$ 30 mil sejam comunicadas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Carraretto ressaltou a necessidade de atualização contínua das forças de segurança para acompanhar as novas táticas dos criminosos.
Carraretto será moderador da Mesa 2 durante o evento Conexões Seguras 2025, que ocorrerá nos dias 27 e 28 de agosto no Rio de Janeiro. O encontro reunirá autoridades e especialistas para discutir a integração tecnológica e novas estratégias no combate a crimes financeiros. A proposta é fortalecer a articulação entre diferentes setores para tornar o combate ao crime organizado mais eficaz.


