A Justiça do Amazonas determinou a interdição total da delegacia de Uarini, localizada no interior do estado, após uma vistoria que revelou superlotação alarmante. A unidade, que deveria abrigar até oito pessoas, tinha 46 detentos no momento da inspeção, um excedente de mais de 500%. O juiz Daniel Manussakis, responsável pela decisão, destacou a falta de estrutura mínima e os riscos à segurança, como a entrada de drogas e armas, além da ausência de agentes em tempo integral.
Durante a vistoria, o Ministério Público do Amazonas e a Polícia Civil identificaram condições críticas, incluindo a presença de uma mulher entre 45 homens detidos. A interdição proíbe a permanência de presos na delegacia por mais de 72 horas e estipula uma multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. A delegada Brenda Viana confirmou que a estrutura não suportava o número excessivo de detentos e que a equipe policial era insuficiente para garantir a segurança necessária.
Como desdobramento imediato, todos os detentos foram transferidos para unidades prisionais em Manaus na terça-feira (26), conforme informou o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM). A operação foi conduzida pela Polícia Civil com apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). A interdição busca evitar novas ocorrências e assegurar que o sistema prisional funcione dentro dos limites legais estabelecidos, além de proteger os direitos humanos dos presos.