A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou nesta quarta-feira (27) um documento no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que uma ata que supostamente comprovaria diálogos proibidos não existe. Segundo os advogados, o cartório onde o documento teria sido registrado nega sua existência, o que levanta questões sobre a veracidade das provas apresentadas no julgamento da tentativa de golpe.
O advogado Eduardo Kuntz, que defende o coronel do Exército Marcelo Câmara, também envolvido no processo, afirmou que a ata nunca foi registrada devido à falta de recursos e que sempre se referiu ao documento como uma minuta. As conversas atribuídas a Cid foram utilizadas por defensores de Bolsonaro e do ex-ministro Walter Braga Netto para argumentar que ele teria violado as condições de sua delação premiada sob pressão.
Diante da gravidade da situação, a defesa de Cid pede ao STF que reconheça a inexistência e a inidoneidade jurídica da ata, além de intimar a Procuradoria-Geral da República sobre o caso. Eles ressaltam a importância do papel do STF na proteção da verdade processual e na manutenção da legalidade, especialmente em um julgamento considerado um dos mais relevantes da história recente do Brasil.