A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) com severas críticas ao relatório da Polícia Federal (PF). Segundo os advogados, o documento representa uma “peça política” que visa desmoralizar o ex-presidente, expondo sua vida privada e incluindo informações irrelevantes para a investigação. Eles afirmam que o relatório contém diálogos privados e articulações políticas sem relação com os fatos apurados, como o apoio de Bolsonaro ao governador Tarcísio de Freitas.
Os advogados acusam a PF de lançar “diversas leis ao lixo” ao divulgar movimentações financeiras e conversas privadas à imprensa, desconsiderando a proteção legal de dados bancários. A defesa também contesta insinuações de lavagem de dinheiro relacionadas a uma transferência bancária para a esposa de Bolsonaro, argumentando que a origem dos depósitos é lícita. Além das críticas à condução da investigação, a defesa solicitou ao STF a reconsideração da decisão que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente, alegando que ele tem cumprido todas as determinações judiciais.
A manifestação destaca que não há novos fatos que justifiquem o agravamento das medidas cautelares impostas a Bolsonaro, que inclui o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de viagem. Os advogados ressaltam que as medidas têm sido interpretadas de forma elástica e que o ex-presidente respeitou todas as decisões do STF. A defesa conclui que o objetivo da investigação parece ser o massacre e a desmoralização de Bolsonaro, caracterizando um processo de lawfare em curso.