Representantes da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) e do Ministério Público do Amazonas (MPAM) identificaram, durante inspeções em junho e julho, diversas irregularidades no 72º Distrito Integrado de Polícia (DIP) em Manicoré. Entre os problemas encontrados estão a superlotação de detentos, celas insalubres e estrutura inadequada, que comprometem a saúde e os direitos dos presos.
No final de julho, a DPE-AM constatou que 34 detentos estavam dividindo apenas duas celas, levando muitos a dormir em colchões improvisados ou redes, com acesso limitado à água tratada. O defensor público Eliaquim Antunes ressaltou que a falta de infraestrutura adequada impede a garantia de direitos fundamentais, como banho de sol e assistência religiosa, previstos na Lei de Execução Penal.
Além disso, uma inspeção realizada pelo MPAM em junho revelou problemas estruturais graves, como fossa entupida, falta de higiene, e ausência de espaços adequados para atividades de ressocialização. O delegado Marcus Vinicius Vieira de Oliveira informou que a unidade não possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), o que agrava a situação de segurança no local.
A Promotoria de Justiça de Manicoré já instaurou um procedimento administrativo e oficiou diversos órgãos, incluindo a Secretaria de Administração Penitenciária e a Vigilância Sanitária, solicitando providências. O g1 tentou contato com as autoridades mencionadas, mas não obteve resposta até o momento.