Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou os bancos brasileiros em uma “situação inédita, complexa e insolúvel”. No dia 18 de agosto, Dino determinou que decisões judiciais estrangeiras só podem ser executadas no Brasil mediante homologação ou por meio de mecanismos de cooperação internacional. Essa decisão está relacionada aos rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho, mas também abre espaço para que o ministro Alexandre de Moraes recorra ao STF contra os efeitos da Lei Magnitsky, sob a qual foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos em julho por suposta “campanha de censura” e “perseguição política”.
A Lei Magnitsky impõe sanções severas, incluindo proibição de entrada nos EUA e confisco de bens, afetando até mesmo serviços bancários de Moraes, uma vez que bancos brasileiros realizam operações em dólar. Com a decisão de Dino, representantes de grandes instituições financeiras relataram um impasse entre as determinações do governo dos EUA e as decisões da Suprema Corte brasileira. Especialistas afirmam que a nova exigência de homologação torna incertos os próximos passos da aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes.
A reação do governo americano foi imediata, destacando que “nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções impostas pelos EUA”. A tensão entre Brasil e Estados Unidos pode se intensificar, com reflexos diretos na economia nacional e nos mercados financeiros. Analistas temem que essa crise leve a consequências mais amplas, afetando a confiança dos investidores e a estabilidade do sistema bancário brasileiro.