Quatro novos data centers de inteligência artificial (IA) em construção no Brasil poderão consumir energia equivalente à de 16,4 milhões de residências. Os complexos estão localizados no Rio de Janeiro, Eldorado do Sul, Maringá e Uberlândia, e suas potências foram anunciadas pelas empresas responsáveis. Um quinto centro, previsto para Caucaia, no Ceará, poderá ser utilizado pelo TikTok, mas ainda não há confirmação sobre seu foco em IA.
O crescimento do mercado de data centers de IA se deve à demanda por supercomputadores que treinam modelos de linguagem, como os utilizados pelo ChatGPT. Atualmente, o Brasil possui 188 data centers, todos voltados para nuvem, ocupando a 12ª posição mundial, segundo o Data Center Map. Enquanto um data center de IA pode consumir energia equivalente a milhões de casas, um convencional, com potência de 20 megawatts, consome, no máximo, o equivalente a 80 mil residências diariamente.
Especialistas alertam que a falta de informações públicas dificulta a avaliação do impacto ambiental desses projetos. A Elea Data Centers, por exemplo, planeja quatro data centers no Rio AI City, em Jacarepaguá, com potência inicial de 1.500 megawatts, podendo chegar a 3.200 megawatts no futuro. Em Eldorado do Sul, o Scala AI City prevê uma potência de 1.800 megawatts, com possibilidade de expansão até 5.000 megawatts até 2033, e utilizará um sistema de refrigeração que reduz o consumo de água.
Os projetos têm recebido apoio das prefeituras locais, que buscam transformar suas cidades em polos tecnológicos. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já assinou um memorando de intenções para consolidar a cidade como a capital da inteligência artificial no Brasil. Com a alta demanda por energia e refrigeração, a sustentabilidade desses data centers é uma preocupação crescente entre especialistas e autoridades.