Os recentes dados macroeconômicos dos Estados Unidos, divulgados na última semana, indicam um impacto significativo das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. No dia 31 de agosto, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) registrou um aumento de 0,3% em junho, enquanto o relatório de empregos, conhecido como Payroll, trouxe números alarmantes. A criação de empregos foi revisada drasticamente, com março passando de 144 mil para apenas 19 mil e abril de 147 mil para 14 mil. Em julho, foram abertas 73 mil vagas, abaixo da expectativa de 110 mil.
Maria Irene Jordão, analista global da XP, comentou que os dados do mercado de trabalho acenderam um "alerta vermelho". Segundo ela, a composição do PCE foi pior do que o esperado, refletindo os efeitos das tarifas sobre o setor de bens. A analista destacou que a revisão negativa dos números de emprego para os meses anteriores representa uma decepção significativa para a economia americana.
A insatisfação com os dados levou o presidente Trump a ordenar a demissão de Erika McEntarfer, comissária do Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS). Jordão enfatizou que a economia dos EUA não demonstra a resiliência esperada, com empresas hesitando em contratar e cortar investimentos devido à incerteza sobre as vendas futuras. Ela também apontou que a dinâmica do mercado de trabalho está sendo afetada pela diminuição de mão de obra em diversos setores, exacerbando a situação econômica atual.