A divulgação de dados fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos nesta sexta-feira, 4 de agosto, reacendeu preocupações sobre uma possível recessão, impactando as taxas dos Treasuries e proporcionando alívio à curva de juros local. O relatório indicou a criação de apenas 73 mil vagas em julho, bem abaixo da expectativa de 101 mil, além de revisões significativas para baixo nos meses anteriores, totalizando 258 mil postos a menos. Essas informações aumentaram as chances de que o Federal Reserve (Fed) corte a taxa básica de juros já em setembro.
No Brasil, a reação do mercado foi imediata, com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2026 caindo de 14,923% para 14,91%. As taxas de outros contratos também apresentaram queda, refletindo a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicie um ciclo de flexibilização. Apesar do fechamento das taxas, o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi, alerta que a tendência de descompressão pode enfrentar desafios devido a questões fiscais e políticas expansionistas do governo.
Além dos dados dos EUA, o Brasil também registrou sinais de perda de fôlego na atividade econômica. A produção industrial de junho teve um aumento de apenas 0,1%, abaixo da expectativa de 0,3%, e o Índice de Confiança Empresarial (ICE) da FGV caiu para 91,3 pontos, o menor nível desde outubro de 2023. Sueishi observa que, apesar dos indicadores fracos, a parte curta da curva de juros permanece estável, influenciada pela postura rigorosa do Banco Central em suas comunicações.