Representantes de quase 180 países iniciam nesta terça-feira (5) uma reunião na sede da ONU em Genebra, com o objetivo de redigir o primeiro tratado mundial para reduzir a poluição por plásticos. O encontro, que se estenderá por 10 dias, é presidido pelo diplomata equatoriano Luis Vayas Valdivieso, que destacou a urgência de enfrentar uma "crise mundial" que afeta ecossistemas, oceanos, saúde humana e populações vulneráveis.
Após três anos de discussões, o tratado, que será juridicamente vinculante, enfrenta desafios em meio a tensões geopolíticas. A sessão de negociações, chamada INC-5.2, foi convocada após um impasse em dezembro de 2022, quando um grupo de países produtores de petróleo bloqueou o progresso nas discussões. A diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, expressou otimismo, afirmando que a maioria dos países está disposta a chegar a um acordo, apesar da complexidade do tema.
A poluição plástica foi classificada como um "perigo grave, crescente e subestimado" em um relatório da revista The Lancet, que estima um custo global de pelo menos 1,5 trilhão de dólares por ano. Para sensibilizar os delegados, uma instalação artística do ativista canadense Benjamin Von Wong foi instalada em frente à ONU, simbolizando o impacto da poluição na saúde humana. Durante o encontro, o porta-voz do Conselho Americano da Indústria Química defendeu o uso do plástico, ressaltando sua importância para a saúde pública, enquanto o Greenpeace pediu a redução da produção de plásticos.