O Brasil e os Estados Unidos cancelaram dois encontros programados entre suas Forças Armadas, refletindo a tensão nas relações políticas entre os países. Um terceiro evento, que consistiria em um exercício de treinamento conjunto com a participação de aproximadamente 800 soldados brasileiros e 200 americanos, também foi adiado, uma vez que a presença de tropas armadas dos EUA exigiria um decreto presidencial que poderia ser interpretado como um gesto político delicado. Diante desse cenário, o governo brasileiro optou por evitar riscos desnecessários.
As Forças Armadas têm se esforçado para manter um perfil discreto em meio à crise diplomática. Embora setores do governo dos EUA, como Comércio e Tesouro, tenham demonstrado lealdade ao presidente Donald Trump, essa postura ainda não se refletiu no Pentágono em relação ao Brasil. O recente bloqueio da compra de armamento pesado de Israel por razões políticas ilustra como interferências externas podem impactar decisões estratégicas no país, aumentando a necessidade de cautela nas relações militares.
O adiamento das operações conjuntas é um reflexo da dependência do Brasil em relação a fornecedores dos Estados Unidos e da Otan. Nos bastidores do governo, comenta-se que “é melhor adiar a festa para que o convidado possa vir depois”, sugerindo que ainda há esperança de normalização nas relações. A recente aquisição de helicópteros Black Hawk pelo Brasil destaca a importância da cooperação militar, mesmo em tempos de incerteza política.