A crise de hospedagem para as delegações da COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, Pará, se torna um tema central nas discussões entre a organização do evento e o escritório do clima da ONU. Com apenas 47 das aproximadamente 200 delegações com acomodações confirmadas, a situação é alarmante e pode levar países como a China a reduzir sua participação na conferência. O secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, expressou preocupação com a falta de soluções definitivas e a possibilidade de cortes nos enviados devido à escassez de hospedagem.
A situação crítica foi discutida em uma reunião tensa entre a Secretaria Extraordinária da COP e representantes da ONU, onde Astrini destacou que essa crise nunca havia ocorrido antes. Ele atribui a falha à negligência do governo brasileiro em garantir acomodações adequadas para os delegados, o que prejudica a confiança na conferência. A falta de informações claras e a negativa do Brasil em subsidiar as acomodações agravam ainda mais o cenário.
Com as mudanças climáticas causando estragos globais, como incêndios florestais na Europa, a urgência da COP30 se intensifica. A criação de uma força-tarefa pelo governo brasileiro para negociar hospedagens é um passo, mas especialistas alertam que a falta de planejamento pode comprometer a eficácia das negociações climáticas. A legitimidade da conferência está em jogo, e o tempo para resolver essas questões é cada vez mais curto.